parece uma bola
mas é quadrado!
sabe a morango
mas é salgado!
não é o que sei
é tudo desconhecido!
cidade emaranhada
paraíso escondido!
parece que tens cinco
parece que és oitenta
o que tenho de deixar de fazer:
falar
o que devia fazer mais:
falar.
o braço estende ao horizonte
pica e salta
o coração fraco
sangue não chega…
volta para trás e
ainda – nada!
ir embora e não voltar
para onde?!
ainda – nada!
desperto. não sinto dor
nem tontura nem tremura
quando o sol queima a cara
acordo então
na esperança de ser feliz
a luz abraça
ainda – nada!
oh, sim, gostavas de ser como eu?!
tudo bem, obrigada
não fazes ideia…
é sempre nada.
papel é bom – mas pode rasgar
prefiro a certeza
–
não prefiro nada.
enrolo-te e deixo-te
deleita-te
sonhos de antes
nuvens de hoje
agora? nada!
boca escorregadia
saliva demasiada
chupar a língua dói
e a consciência
apenas concentra
em tudo o que magoa
mas dá sempre em …
nada