*obrigada (nunca)

folgada a tua vitória
pisando a minha aparente derrota
com pegadas de fingimento

desaparecimento

e eu sobro porquê?
para as lágrimas terem lugar

não sei,
não encontro,
nem quero encontrar.
beleza singular
nunca explorada
irá ficar

no baú dos "podia ter sido"
última página do livro
pois declaro daqui em diante
a solidão ser uma escolha
nada irrelevante

estragaste
brincaste
exploraste
mas nunca me aterrorizaste

pelo contrário
o fascínio aumenta na ausência
preenche grânulos de vida

e odeio-me
por esta singularidade
de uma paixão irregular
impedida de saber gostar outra vez
impedida de alguma vez
voltar a admirar

obrigada (nunca)

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*atribula-me